Mulheres na política pelo esporte: Leila, Iziane e Isabel Swan debatem ampliação da representatividade feminina no esporte
Ex-atletas que hoje ocupam posições de relevância na gestão pública participaram do 2º Fórum Mulher no Esporte promovido pelo COB, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira, 15

Iziane Marques, secretária nacional de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, no 2º Fórum Mulher no Esporte, do COB. Foto: Helena Barreto/COB
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) promoveu, nesta terça-feira (15), no Rio de Janeiro, o II Fórum Mulher no Esporte, um espaço crucial para debater e impulsionar a equidade de gênero em todas as esferas do esporte nacional. O evento reuniu diversas autoridades e personalidades do esporte, que compartilharam suas perspectivas e experiências sobre os desafios e avanços na busca por maior representatividade feminina.
A secretária nacional de alto rendimento do Ministério do Esporte, Iziane Marques, destacou a importância de ampliar a discussão sobre a equidade de gênero para além do ambiente esportivo.
“A gente precisa debater a equidade de gênero em todos os espaços esportivos desse país e ela precisa ser debatida não só por quem faz o esporte, mas por todos os atores da sociedade”, afirmou.
Iziane ressaltou que a iniciativa do fórum traz visibilidade para essa pauta essencial, sendo o caminho para incluir mais mulheres em cargos de gestão e como treinadoras, além de aumentar o número de praticantes. Ela também celebrou conquistas recentes, como a inclusão de regras no edital de 2023 do programa Bolsa Atleta do Governo Federal, que garantem o acesso contínuo ao benefício para atletas grávidas e puérperas, reconhecendo as particularidades do gênero feminino no esporte.

A senadora da República, Leila Barros, duas vezes medalhista olímpica de bronze no vôlei, reconheceu os avanços conquistados, embora em ritmo lento.
“Eu sei que a gente já avançou. A passos lentos? A passos lentos”, ponderou.
No entanto, ela se mostrou otimista com a nova geração de mulheres que, segundo ela, compreende sua importância, está se preparando e acompanhando os movimentos políticos e culturais relevantes para o país. “Não acho que em pouco prazo teremos esses avanços, mas acredito que estamos no caminho para isso. Não vai ser uma mudança imediata, mas a gente está no caminho certo, porque a gente tem modificado a nossa forma de agir conjuntamente.”
A senadora enfatizou a necessidade de união entre as mulheres de diferentes setores para fortalecer suas lutas e alcançar seus objetivos.
Já Isabel Swan, medalhista olímpica na vela e atualmente vice-prefeita de Niterói (RJ), classificou o II Fórum como fundamental para a evolução da presença feminina no esporte, especialmente no que diz respeito ao número de treinadoras de alto rendimento e à representatividade na mídia.
“A gente ainda tem muito no a evoluir, principalmente, na parte de treinadoras de alto rendimento. A gente entende que existem também desafios de representatividade na mídia, de ter mais espaços e um Fórum como esse alerta, traz luz ao tema”, declarou.
Swan alertou que, apesar dos resultados expressivos em competições, ainda há um longo caminho a percorrer, principalmente no esporte de base e na permanência de meninas no esporte. Ela defendeu a implementação de políticas transversais e um letramento de equidade de gênero em todos os aspectos para fortalecer a participação feminina. A vice-prefeita também lembrou o histórico de restrição à prática esportiva para mulheres no Brasil, reforçando a importância de políticas públicas inclusivas para superar o déficit histórico e garantir que o esporte seja um espaço para todos que o amam.

O II Fórum Mulher no Esporte reafirma o compromisso do Comitê Olímpico do Brasil em promover a equidade de gênero em todas as esferas do esporte nacional, desde a base até o alto rendimento, passando por cargos de gestão e liderança esportiva.