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Em 8º no ranking mundial, Luiz Maurício investe no Mundial de Atletismo de Tóquio

Em constante evolução no lançamento do dardo, brasileiro participou de training camp em Madri para estar perto dos melhores

Por Comitê Olímpico do Brasil

1 de jul, 2025 às 21:51 | 5 minutos de leitura

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Luiz Maurício durante a final do lançamento de dardo em Paris 2024. FOTO: Luiza Moraes/COB

O ano era 2024 e Luiz Maurício da Silva estava em Paris para competir no lançamento do dardo. Sem grandes expectativas, sinceramente. “Chegar aos Jogos Olímpicos é a realização de um sonho dos atletas e para mim não foi diferente”, admite. Só de ter se classificado para a disputa ele já se sentia contente, já que, faz questão de lembrar, “poucos meses antes eu não tinha marca para ir aos Jogos, estava na 32ª, posição no ranking e vão 32 para a disputa”.

Mas Luiz Maurício, a fala tranquila deixa claro, é um atleta que pondera bastante seus passos junto ao seu treinador Fernando Barbosa de Oliveira. “Eu podia participar de algumas competições na Europa, mas meu treinador achou que eu ficaria muito cansado. Então pensamos muito bem como íamos competir o Troféu Brasil, o que era possível fazer”, relembra. Ficou decidido que ali seriam apostadas todas as fichas que tinham. “Era pra tentar fazer um ótimo resultado. Porque na América do Sul, tirando o Sul-americano, o Troféu Brasil é o que dá a maior pontuação”, explica. Foi o início de um sonho e deu tudo certo. “Fazer o índice batendo o recorde sul-americano já foi uma conquista muito grande para mim. E para o Fernando, que realizou o sonho dele de ser treinador olímpico”, conta. Para eles, foi apenas o começo de uma bela jornada. Luiz Maurício não apenas se classificou para os Jogos Olímpicos como levou o Brasil à final do lançamento do dardo depois de 92 anos. “Quebrar essa barreira foi super legal”, admite.

Em junho deste ano, Luiz voltou à capital da França para outra estreia. Desta vez, na Diamond League, circuito nobre do atletismo mundial. O mineiro de Juiz de Fora, de 25 anos, quebrou os recordes brasileiro e sul-americano no lançamento do dardo pela quarta vez na carreira ao alcançar a marca de 86,62m. E chegou à oitava posição do ranking mundial. O brasileiro foi o terceiro colocado na prova, atrás do indiano Neeraj Chopra (88,16 m) e do alemão Julian Weber (87,88 m), lançadores que ultrapassaram os 90 metros na etapa de Doha da Diamond League, em maio. Luiz Maurício tem agora a quinta melhor marca do ano.

Desde que chegou a 80,67m em Paris 2024 e ficou com a 11ª colocação na prova, sua evolução é constante. Fruto de um trabalho em equipe.  “Eu e meu treinador, desde o ano passado, estamos fazendo uma ótima preparação pensando no aprimoramento técnico, em lapidar. Mas temos também a ajuda de um fisioterapeuta que tem ajudado tanto na potencialização quanto na prevenção de lesão, né?”’, descreve. Esta é uma parte do trabalho. Entender também quando e onde competir tem sido a outra - e tópico de conversas frequentes, assim como algumas mudanças na rotina que Luiz conhecia. “Passei um período de 30 dias em Madri fazendo um training camp de aclimatação. Foi o primeiro circuito de competições que eu fiz assim em um curto período de tempo. Saí da minha zona de conforto para ver como respondia a este estímulo totalmente diferente. Eu não tinha esse costume. E de quatro competições, em três eu tive resultados que são muito próximos da minha melhor marca pessoal. Foi muito produtivo”, revela.

Tudo isso mirando o próximo grande evento. “Competindo e treinando na Europa eu pude entender melhor a atmosfera de competição. Como é competir com os melhores antes do evento principal, que será em Tóquio (a capital japonesa vai sediar o Mundial de Atletismo em setembro). No Japão eu vou usar disso para estar mais produtivo. Já tenho o costume de competir com eles. Vai ser mais tranquilo mentalmente”, garante. 

Esta semana ele embarca para a Índia, onde participará de uma competição exclusivamente de lançamento do dardo em mais um estágio do seu plano. Calmamente, como é de se esperar de alguém que trata cada aspecto da carreira pensando a longo prazo. "Antes de Paris, eu evoluí quase 10 metros da minha marca ao longo do ciclo.  Agora eu acredito que posso fazer ainda melhor para chegar em Los Angeles 2028. Vou ter mais tempo de carreira, uma técnica aprimorada. Todo ano vou aprendendo", afirma. O que não quer dizer que vai ser tudo sempre intenso. "Mas não penso nisso agora. A estrada é muito longa. Acho que boa parte do trabalho até lá é de prevenção para não me lesionar. Talvez isso seja o mais importante", ressalva. Sereno, como são as pessoas que sabem aonde querem chegar.

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